09/12
Ronaldo Fenômeno e o Corinthians
Acabo de falar com Luís Paulo Rosemberg, vice-presidente de marketing do Corinthians.
Ele estava chegando do Rio de Janeiro.
Eufórico!
"Pode anunciar que eu duvido muito de que o Ronaldo Fenômeno não vá assinar com a gente nas próximas horas. Faltam só alguns detalhes..."
"Você enlouqueceu de vez?", pergunto.
"Ele quer a Copa do Mundo de 2010. Se quisesse só dinheiro iria para o Manchester City ou para o mundo árabe, onde as ofertas são estratosféricas. Se quisesse só gozar a vida, ficaria no Flamengo, com as maravilhas do Rio. Mas está disposto a abrir mão de grana e de mostrar que quer voltar para valer. E conosco, pode escrever. Sim, aqui tem um bando de loucos, mas, repito, pode escrever".
"E como pagar?", repergunto.
"Vou dar participação nos calções, hipótese só plausível com ele, nas mangas, em eventuais amistosos e, convenha, com o anúncio da vinda dele fica mais fácil conseguir patrocinadores para tudo isso. E se ele voltar a jogar 30% do que já jogou, será de novo o melhor do país na posição."
Desligo, incrédulo.
Antes, ouço nova demonstração de euforia: "Pode escrever, pode escrever, tenho um nome a zelar."
Um pouco depois ainda no dia 09;
Futebol$MarketingMais depois um pouco ainda no dia 09;Marketing é meio, não é fim.
Há muito confusão no Brasil ainda sobre o que é marketing esportivo.
Tem quem, por exemplo, imagine que fazer anúncio em programa de esportes é fazer marketing esportivo.
A contratação de Ronaldo se inscreve claramente entre aquelas ações cujos fins são mais importantes que os meios.
E, por quê?
Porque o menos importante é saber em que condições Ronaldo estará em 2009 para jogar futebol, sabendo-se que pareça impossível que, aos 32 anos, ele repita o milagre da Copa de 2002, quando surpreendeu o mundo da medicina com sua espantosa recuperação.
Mas, então, ele tinha 26 anos.
Ronaldo traz ganhos imediatos à imagem do Corinthians, que terá seu nome exposto na imprensa mundial.
Certamente terá um tratamento diferente dos demais, porque seu caso exige e é possível que a serenidade de Mano Menezes convença seus jogadores de que é injusto tratar igualmente os desiguais.
E atrairá, sem dúvida, não só patrocinadores, mas o consumo imediato de seus produtos atrelado à marca do Fenômeno.
Mesmo que à custa do que parece essencial, ou seja, o desempenho esportivo, coisa que deveria sempre vir em primeiro lugar, mas que, novamente, vira detalhe.
Festa mesmo deve estar fazendo o presidente da Federação Paulista de Futebol.
O Fenômeno salvou Nero, ao tirá-lo das manchetes.
Os fenômenos do Corinthians10/12
Por ROBERTO VIEIRA
O Corinthians não teve Pelé.
Mas teve Mané.
E agora, ao que parece, terá Ronaldo.
Pelé não jogou no Timão.
Mas assombrou gerações de corintianos.
O Rei jogava?
O Corinthians não era campeão.
Já Mané Garrincha vestiu a camisa do Corinthians por 13 vezes.
Porém, existem sérias dúvidas se chegou a jogar pelo clube.
Marcou dois gols antes da Copa de 66.
Deu alguns dribles.
Conseguiu seu sonho:
Ser convocado para a seleção de Feola.
O resto é livro de história.
Agora chegou a vez de Ronaldo.
O maior artilheiro de todas as Copas.
Uma mistura de Pelé e Mané.
Na precocidade e no extra-campo.
Contusões e confusões em profusão.
Talvez, no Corinthians, Ronaldo seja um novo Mané.
Poucos jogos, poucos gols, uma convocação política, marketing virtual.
Quem sabe, no Corinthians, Ronaldo tenha instantes de Pelé.
Belos gols, repentes de gênio, marketing real.
Difícil alguma conclusão.
Apenas uma coisa é certa.
O marketing do Parque São Jorge é outro.
Baseado numa regra mais antiga que as dezessete regras do futebol:
Fenômeno corintiano não entra em campo.
Bate bola é nas arquibancadas...
Mesmo sem jogar, Ronaldo ainda é um fenômeno
Ronaldo Fenômeno nem assinou contrato ainda com o Corinthians e já virou a grande notícia do fim da temporada.
Não se fala mais nem no hexacampeão nacional nem no "caso Nero".
O marketing do Corinthians marcou um inquestionável golaço, para ficar nos assuntos do marketing.
Mas o que decide no futebol são os gols feitos nos gramados, não nos gabinetes.
E a interrogação sobre a capacidade de Ronaldo voltar a marcá-los é fenomenal.
Só mesmo ali por março do ano que vem se poderá fazer uma avaliação mais realista sobre a agitação que tomou conta de nosso futebol a partir da manhã de ontem.
Até lá, prudência e caldo de galinha não farão mal a ninguém.
Quem, no entanto, gosta de futebol acima das paixões clubísticas certamente torcerá para que Ronaldo ressurja com o talento que trouxe do berço.
Comentário para o Jornal da CBN desta quarta-feira, 10 de dezembro de 2008.
http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/comentarios/jucakfouri.asp
12/12
Um palmeirense fã de Ronaldo
Por RAFAEL BLANCO FRYDMAN
Tenho Ronaldo Fenômeno como meu verdadeiro e único ídolo.
Segue abaixo o desabafo que mandei para minha familia:
Estou em choque!!
Ainda não posso acreditar!!! !
Mas antes que vocês venham me encher o saco...
Corram para comprar a camisa nove do seu time!
(E isso não é porque voces correm o risco de ficar sem. Apesar da procura ela não vai acabar já que vai ser fabricada o ano inteiro).
Comprem uma, duas, três......branca, preta ou roxa
Comprem e se preparem.
Se preparem para ver a apresentação e os treinamentos.
Para contar os dias até o reinício dos campeonatos.
Para o primeiro e todos os outros jogos no Pacaembu.
Se preparem para vê-lo correr com o dedo em riste.
Para ficarem nervosos a cada vez que ele cair no gramado.
Para, quem sabe, voltar a erguer um titulo de primeira divisão.
(E aqui não é gozação. É que voces precisam voltar a ganhar e não sabemos se ele vai dar conta disso).
Porque jogando ou não, fazendo gols ou não, ganhando títulos ou não, vocês tem o Fenômeno.
O maior jogador da minha época e meu maior ídolo.
Ronaldinho/Ronaldo/ Rrrrrrronaldo!
Um craque que mesmo prestes a vestir a camisa alvinegra do eterno rival não deixará de ter minha torcida para que volte a brilhar.
(Especialmente com a camisa amarela da Seleção da qual há muito não assisto os jogos).
Um jogador que me daria orgulho só de treinar no meu time.
Que não me tiraria do sério nem fazendo um golaço no Marcos.
Que me faz, pela primeira vez na vida, sentir inveja dos cprintianos.
E que me obriga a agradecer ao Corinthians (e isso não é pouco).
Por me permitir vê-lo atuando em um estádio.
(Afinal não perderei por nada nesse mundo os Palmeiras x Corinthians de 2009).
Se preparem para sentir a alegria de ter um craque no time.
Pois eu ainda tenho uma longa jornada para entender e aceitar tudo isso.
Antes de voltar a sonhar com um gol do Fenômeno pelo meu alviverde inteiro.
Agora podem falar à vontade...
*Rafael Blanco Frydman tem 21 anos e é palmeirense, mas de família de corintianos.
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