quarta-feira, novembro 12, 2008

As Crônicas de Roberto Klotz

     No fim de semana que se passou, fui comer pizza (marguerita) na Asa Norte, em Brasília, ao estar comendo me deparei com a figuraça do Roberto Klotz, pessoa animada, simpática e brincalhona, assim o descrevo. Comprei então um fanzine dele, com algumas crônicas do seu livro 'Pepino e Farofa', e disse que após ler, lhe enviaria um e-mail dizendo se gostei ou não, excelente, gostei e achei além de bem bolado e de enorme criatividade, está de parabéns. Não somente enviei um e-mail, como até mesmo faço questão de colocar uma crônica no blog de escolha do Roberto, e agradece-lo por trazer mais humor ao nosso dia-a-dia com estas maravilhosas crônicas.

Quem quiser conhecer melhor Roberto Klotz, basta acessar o blog:
http://robertoklotz.blogspot.com

SUNOMONO

    Abro meu dicionário mental e a palavra sunomono lembra o nome de iguaria japonesa, especificamente salada de pepinos. Revisando as palavras mentais, lembrei-me de outras que devem ser da mesma família oriental mono: nimono, tsukemono e quimono. As duas primeiras, vistas em cardápios nipônicos e a terceira, em tatame. Concluo que mono traduzido para português significa pepino. Se pisar em tatame sem quimono vai dar pepino. Para nós, monoglotas, é pepino falar apenas uma língua.
Divagações à parte. Tome nota da receita:

– 3 colheres de sopa de vinagre de arroz
– 2 colheres de sopa de molho de soja
– 1 colher de sopa de açúcar
– 4 colheres de sopa de água
– 2 pepinos japoneses
– um punhado de polvo cozido, kani kama e/ou camarão cozido
– um punhado de sal
– gergelim torrado

    Corte os pepinos ao comprido, em duas partes, tire as sementes. Corte em fatias finas. Salgue as fatias. Deixe descansar meia horinha.
    Observação: Jamais peça este prato em restaurante quando o sushi man for baiano. A meia horinha sugere que ele pode dormir numa rede e esquecer o tempo passar. Ponha as fatias salgadas e descansadas em uma peneira, lave em água corrente e escorra bem.
    Misture os 4 primeiros ingredientes em uma tigela, adicione as fatias escorridas e misture novamente.
    Coloque em cumbuquinhas individuais, chamadas ochawan. Particularmente, continuo a chamá-las de cumbuquinhas.
    Acrescente kani kama, polvo ou lula cortados em pedaços pequenos (se antes escrevi camarões, então se vire, vá rapidamente providenciá-los).
    Espalhe um pouco de gergelim torrado por cima.

    Quando preparei esta entrada pela primeira vez tive dificuldade na escolha do pepino.
    Não sei como Freud vai analisar minha escolha.
    Existe pepino verde, pepino japonês, pepino caipira e pepino em conserva.
    Pepino verde, – oras, todos eles são verdes, os pepinos.
    Pepino em conserva já vem no vidro, então não deve servir.
    O pepino japonês, ensinou a vendedora da terra do sol nascente, não é aquele pequenininho. É o fininho.
    O pepino caipira, conforme a vendedora, sempre sobra nas prateleiras. Sugiro chamá-lo pepino sertanejo, decerto vai vender mais que cedê de Zezé di Camargo e Luciano.
    Será que tenho mesmo que escolher?

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